A importância das pausas

O mundo pesa na minha cabeça. Não o mundo “planeta terra” em si (que tem lá seus problemas) mas falo do meu mundo interno, aquele cheio de regras e de supostos “deverias”. O que eu deveria ser, como deveria me sentir, o que deveria fazer. É um mundo pesado que me enche de tarefas, que me atola de pseudo-necessidades e me cega para as tantas outras possibilidades.

Eu comecei essa pintura na segunda semana da quarentena depois de trazer parte do meu material de trabalho para casa. Desconheço técnicas de pintura ou desenho, mas amo as possibilidades de experimentar com os consulentes, e diante das turbulências achei que seria um bom caminho para respirar com mais calma. Não concluí no primeiro dia, e os deverias tomaram meus últimos três meses.

Hoje eu me permiti uma possibilidade: “eu posso ter uma hora para terminar meu desenho”. Resisti não cumprir alguma tarefa da minha lista sem fim. E me entreguei no presente, na dádiva que habita o agora. Música ao fundo, tarde de sol, o Marley dormindo do meu lado, e em simples momento o mundo não pareceu tão pesado.

É lógico que em seguida os deveres se tornaram inevitáveis, mas a possibilidade de me desconectar por instantes da intensidade desses dias tão estranhos era exatamente o que eu precisava. Trocar um deveria por um eu posso.

Respire. Aos poucos abra mão desse roteiro. O que nos torna tão humanos são as nossas possibilidades de ser

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